A plataforma promete ainda filtrar opções do comércio online que atendam à demanda, a partir de dados fornecidos sobre a peça. Características como silhueta do corpo, tipo do tecido e cor da roupa contribuem para resultados mais precisos.

Print da plataforma Lewk, um robô personal stylist — Foto: Reprodução Contratar um personal stylist [humano] pode custar cerca de 500 dólares canadenses [cerca de R$ 1800] por hora. Não é acessível para a mulher do dia a dia. Estamos tentando ser um meio intermediário”, afirma Virmani. “O acesso ao nosso bate-papo será de 10 dólares americanos por mês [R$ 47].”
YesPlz, que já está disponível para uso, é outra que faz a seleção de peças à venda em sites externos. A marca também atende a varejistas, etiquetando os produtos de forma mais buscável à clientela .
Os valores cobrados pela YesPlz podem custar entre 100 dólares (R$ 478) mensais a mais de 10 mil dólares (R$ 47,8 mil) por serviço —o que difere é o pacote de funções. O teste é gratuito.
Mesmo que possa parecer caro, o preço dessas ferramentas é inferior ao de vários personal stylists.

Print da plataforma YesPlz, um robô personal stylist — Foto: Reprodução
Consultoria em carne e osso
“A consultoria de estilo não é tangível para todo mundo. É muito cara, porque é um trabalho personalizado, custoso. A inteligência artificial pode ser uma alternativa para dar mais conhecimento a quem não tem acesso”, diz a consultora de imagem Gabriela Ganem.
Ela enfatiza, porém, que nenhum robô é capaz de cumprir a função de um especialista de carne e osso. “Muito do nosso trabalho é decifrar coisas que o cliente não enxergou. Se a pessoa é quem direciona [as sugestões das plataformas], com certeza terá muita zona cinzenta.”
“Não acredito que um robô tenha a precisão necessária para chamá-lo de consultor. A consultoria é personalizada. De humano para humano.”
Mas não é o que pensa Olivia Merquior, fundadora da primeira semana de moda imersiva do Brasil.
Criatividade vs. padronização
“Existe essa ideia de que aquilo que se faz com humano nunca vai ser substituído. Mas a gente não se pergunta se não estamos entrando num padrão de criatividade”, afirma a especialista em moda digital. “Tudo que é padronizável vai ser automatizado.”
“Talvez, as pessoas não queiram o novo. Às vezes, querem só vestir o que está todo mundo usando.” Nesses casos, Merquior diz que ferramentas digitais cumprem bem a tarefa.
Já para quem deseja uma consultoria mais individualizada, ela recomenda que recorra aos seres humanos, mas faz uma ponderação: “grande parte dos profissionais trabalha apenas replicando padrões.”
A especialista afirma ainda que, embora caminhem em direções diferentes, a inteligência artificial não é inimiga da criatividde. Pelo contrário. Cada vez mais estilistas incluem softwares no processo criativo.
Sem dúvidas, o namoro entre a moda e o universo digital ainda vai render muito pano, ou pixels, para manga.