Cuidar da pele não se resume em rotinas de skin-care com dez passos e vários produtos diferentes. Muitos dos cuidados que devem ser tomados para manter a saúde e a beleza do órgão são comumente negligenciados.
Além de manter uma frequência nos tratamentos de limpeza, com tônicos ou águas micelares, na hidratação e na fotoproteção, é importante manter distância de alguns hábitos que podem prejudicar a saúde de sua pele.
Os dermatologistas Dra. Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, e Dr. Jardis Volpe, de São Paulo, explicam cinco dos hábitos mais prejudiciais. Confira:
1) Dormir mal e com maquiagem
A falta de sono diminui o metabolismo, comprometendo o reparo e regeneração à noite. “Isso afeta a produção natural de melatonina que também é parte da defesa antioxidante primária do nosso organismo”, explica Valéria.
Nesse aspecto, a forma como dormimos também deve ser analisada. “Dormir com o rosto de lado ou de bruços ajuda a formar rugas dinâmicas importantes e, muitas vezes, faz com que envelheçamos de maneira assimétrica, graças às demarcações mais profundas das linhas e rugas”, conta a doutora. “O ideal é dormir com a barriga para cima.”
Evitar dormir de maquiagem também é uma indicação. Isso pode fazer com que o envelhecimento da pele acelere, causando desde alergias até acne.
2) Usar pouco protetor solar
Por causa da exposição UVA e UVB, o protetor solar deve, com certeza, ser parte de sua rotina matinal. Mas também deve ser usado no inverno ou em dias encobertos, uma vez que as nuvens não conseguem bloquear os raios do sol.
“A exposição solar sem fotoproteção é o mais importante agressor da pele, que leva a um dano cumulativo, com consequente fotoenvelhecimento precoce, inflamação, manchas, melasma e um aumento do risco de câncer de pele”, afirma Jardis.
O produto deve contar com filtros físicos, como o óxido de zinco e dióxido de titânio, associado a filtros químicos para aumentar o grau de proteção.
E, ainda, é importante lembrar que a exposição direta ao sol deve ser feita preferencialmente antes das 10 horas da manhã e após as 16 horas. “Isso evita o dano oxidativo e a produção de enzimas que degradam colágeno”, explica o médico.
3) Alto consumo de açúcar e carboidratos
A ingestão de açúcar em excesso na dieta colabora para um processo de glicação, que é quando as fibras de colágeno e elastina endurecem por reagirem com esses açúcares, perdendo a maleabilidade e flexibilidade.
O acúmulo de AGEs (espécies avançadas de glicação) gera ação inflamatória e envelhecimento precoce de todo o sistema. “Para reverter o quadro, é necessário usar produtos com ação antiglicante e desglicante. Mas a diminuição do açúcar e atenção aos carboidratos na dieta é necessária”, explica Valéria.
4) Fumar
O consumo do cigarro induz ao envelhecimento, já que as substâncias tóxicas presentes podem diminuir o fluxo sanguíneo para o tecido cutâneo e cabelos.
“Isso traz consequências na perda da viço e luminosidade da pele, além de favorecer o amarelamento do tecido; também há uma perda de firmeza por conta da oxigenação e nutrição diminuídas”, finaliza a doutora.