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A capital dos cristais: uma visita ao vilarejo austríaco onde nasceu a Swarovski

Encravado entre as montanhas do Tyrol, a região dos Alpes austríacos, Wattens é um lugar que, além da charmosa paisagem, é conhecido por ser a “capital dos cristais”. Precisamente dos Swarovski. Foi nessa cidade de pouco mais de 7 mil habitantes que, em 1895, o tcheco Daniel Swarosvki fundou sua fábrica. Na época, era o ambiente perfeito para sua aventura, não só pelas abundantes fontes de água locais, essenciais ao processo de lapidação, mas também por seu isolamento: mais de 400 quilômetros distante da capital Viena, o que ajudava Daniel a manter longe dos olhos da concorrência sua máquina de fazer cristais. Esse zelo foi um dos muitos acertos do negócio, um império que, mais de um século depois, elenca números vultosos: 3,5 bilhões de euros de receita, 32 mil funcionários e 3 mil lojas espalhadas por 170 países.

Compreensível, portanto, que boa parte da vida cultural, do trabalho e do turismo local girem em torno da grife, cujo “campus” fica a poucos metros da estátua dedicada ao seu fundador. Da praça central, Daniel “espia” o vaivém de carros com logotipos Swarovski circulando por ruas sinuosas, as mesmas onde é comum encontrar dois dos mais famosos herdeiros do clã, Markus Langes-Swarovski, que, além de morar em Wattens, é dono de um restaurante com vista para as montanhas; e Nadja Swarovski, primeira mulher da família a integrar o board da companhia – ao lado do primo Markus. Ambos foram os anfitriões de uma lista estrelada de convidados, incluindo estilistas como o belga Olivier Theyskens, o americano Michael Halpern e a dupla Viktor & Rolf, além da editora de moda italiana Giovanna Battaglia e do neozelandês Tim Blanks, que mudaram a rotina da cidade por três dias, em outubro passado, para conhecer a Manufaktur, divisão criada para clientes especiais desenvolverem protótipos exclusivos. Será ali, por exemplo, que o francês Jean Paul Gaultier poderá inventar peças em parceria com a grife, assim como a designer brasileira Camila Klein ou a marca de sapatos Melissa.

“Mas a Manufaktur não é essencial apenas para nossos parceiros. É importante também para mostrar ao público como é nosso processo de fabricação”, diz Nadja sobre os artesãos e as máquinas espalhadas pelo salão de 7 mil metros quadrados. “Além disso, aqui as pessoas podem ter uma ideia da abrangência de nosso trabalho, que vai desde acordos com a BMW à criação deste globo com 500 mil pedras”, descreve a executiva, sobre a gigantesca esfera terrestre que brilha no centro do espaço, próximo a uma cintilante BMW com detalhes em cristal no painel e no câmbio de marcha. A Manufaktur funciona ainda como uma vitrine, com salas que exibem peças históricas, de joias a looks assinados por estilistas badalados; centenas de milhares de cristais em infinitas cores e tamanhos; instalações multimídia; além da primeira máquina desenvolvida por Daniel. O complexo não é, no entanto, a única atração da grife em Wattens. A ele, soma-se ainda um museu, que guarda o acervo histórico, e uma construção que reproduz as feições de um gigante, onde os Swarovski promoveram uma festa de arromba para celebrar a Manufaktur, em meio a muito brilho – uma especialidade da casa.

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