Dizem que idade não é empecilho nenhuma para se realizar trabalhos ou para viver grandes aventuras, não é? Christine Fernandes pode dizer isso com todas as letras porque está vivendo a plenitude de sua beleza aos 50 anos e afirma que sua idade não pesou “nadica de nada”.

“Me sinto bem, saudável, cabeça boa e corpo bom. Sou dessas que acha que a saúde traz a beleza. Foco na saúde e tem me feito bem.”

Com o mesmo entusiasmo de uma adolescente, a atriz sente um grande prazer em se cuidar e acredita que exista uma cobrança muito grande para que a mulher tenha uma eterna jovialidade.

“Acredito que exista sim, mas não tem como ficar levantando todas as bandeiras. Escolha algumas e batalhe por elas. Tem muita gente opinando na internet e se pautar por elas é um equívoco. Vivo muito pouco em função de rede social. Minha vida interior me interessa muito mais”, confessa.

Este ano, ela completa 24 anos de carreira e tem curtido as merecidas férias de seu último trabalho, a vilã Josephine de Orgulho e Paixão. Este período de descanso tem servido para refletir sobre as experiências ganhas em mais de duas décadas de dedicação às artes.

“Também ganhei técnicas aprimoradas e confiança para recomeçar o tempo inteiro. ‘Tudo que sei é que nada sei’ e essa frase me move. Sou curiosa, quero sempre ir mais e mais fundo. Não valorizo zona de conforto. Quero desafios”, determina.

E por falar em desafios, a atriz lançou no dia 7 de fevereiro um novo trabalho, o longa O Galã, no qual interpreta Raquel, uma psicóloga bem-sucedida e solteira, que se apaixona por um fotógrafo vivido por Rodrigo Simas, 23 anos mais jovem que ela.

“Acho natural essa relação, tal como é entre homens mais velhos e mulheres mais novas. Novos tempos. Menos estranheza causa, graças a Deus. O amor pode acontecer entre duas pessoas sempre, independentemente da idade, raça, gênero ou classe social. Ela é uma mulher que trabalha muito e tem pouco tempo para lazer. Sua vida começa a ficar tumultuada quando entra sem querer no meio de um vórtice amoroso entre ela e os irmãos em crise vividos por Thiago Fragoso e Luiz Henrique Nogueira. Ela se torna o para raio da relação entre eles”, explica.

Christine anunciou o fim de seu casamento de 18 anos com o ator Floriano Peixoto no início de 2018, mas isso não significa que queira passar por reviravoltas no amor tal como sua personagem no cinema.

“Quer dizer que decidi ser honesta com meus sentimentos e assim serei até o fim dos meus dias. As turbulências existem assim como os voos de cruzeiro. Compro o pacote inteiro, viver é isso. Estamos sempre em movimento”, diz ela que ainda resume em poucas palavras a relação que mantém com o ator: “Ótima. Somos eternos parceiros”.

Ela ainda aproveita para fazer um discurso empoderador sobre o feminismo e questiona sobre a opressão da mulher na sociedade machista em pleno século 21.

“Por que não ganhamos igual ao realizarmos mesmos serviços? Por que não podemos chefiar homens? Por que temos menos chance? Não há razão que justifique tal injustiça. Precisamos o quanto antes e o mais rápido possível acertar essa conta já pendente há muito tempo.”

Este movimento de libertação da mulher tem dado mais coragem à elas de denunciar casos de assédio moral e sexual e Christine acredita que dificilmente haja uma pessoa do sexo feminino que não tenha se sentido violentada de algum modo.

“Hoje em dia é muito difícil pensar em uma mulher não tenha sofrido algum tipo de violência, ou que estará imune a ela. Infelizmente, atitudes assim são reflexos, muitas vezes, de um sistema estrutural, onde o patriarcalismo impera. Sendo assim, é importante não se calar, pois o debate constante ajuda na desconstrução de discursos opressores”, pontua.