Nada mais rápido para mudar o visual do que colorir o cabelo. Isso todos sabemos, mas o que poucos conhecem são as diferenças entre as fórmulas das colorações disponíveis no mercado, que vão das sintéticas – permanentes ou semipermanentes – às naturais, passando pelas hipoalergênicas.
De um modo geral, quanto mais química carrega o produto, melhor a performance em termos de cores, clareamento e durabilidade, mas também maior a probabilidade de danificar os fios e irritar o couro cabeludo. Já as naturais, à base de plantas, ganham espaço na Europa e começam a despertar a atenção por aqui, na onda do consumo saudável e sustentável, enquanto as hipoalergênicas são livres dos componentes mais irritativos. “O ideal é que o cliente esteja seguro do procedimento a ser realizado e conheça a composição de cada produto, para que não haja arrependimentos e problemas futuros”, orienta Bruno Oliver, do Oliver Salon, de Brasília. Conheça um pouco melhor os principais tipos de tintura.
Coloração permanente
ge em toda a estrutura do cabelo para modificar a cor. Traz, entre outras substâncias, água oxigenada (peróxido de hidrogênio), que atua na melanina, pigmento que dá cor ao cabelo, e amônia, que provoca a abertura das cutículas para que os pigmentos sejam depositados no interior da fibra capilar. “Esse processo resulta na perda de água e compromete a resistência, a maciez e o brilho dos fios”, explica Claudia Marçal, dermatologista de São Paulo. A descoloração é ainda mais agressiva. “Quanto mais intenso o clareamento, maior o dano na fibra capilar”, fala Marcela Buchaim, tricologista e proprietária do salão Studio Tez, em São Paulo. Por ouro lado, a cor é intensa, uniforme e dura mais. Além de clarear, escurece e cobre totalmente os fios brancos.
Tonalizante
“As tinturas chamadas tonalizantes ficam na superfície dos cabelos sem penetrar na haste. Podem ser menos agressivas, mas têm como desvantagem a eliminação mais rápida com as lavagens”, explica Cláudia Sá, dermatologista do Rio de Janeiro. Podem conter água oxigenada, mas a maioria não tem amônia. “Costumam empregar outro dilatador da cutícula do fio, a etanolamina, mais suave”, acrescenta a cosmetóloga e tricologista Cris Dios, à frente do Laces & Hair, em São Paulo. Disponível em várias cores e tons que realçam ou escurecem a cor natural do cabelo, cobrindo parcialmente os fios brancos – houve uma importante evolução em durabilidade nos últimos anos.
Coloração hipoalergênica
É indicada para pessoas que costumam ter alergias a componentes químicos como a amônia, que abre a camada externa para a entrada dos pigmentos, e o PPD (parafenilenodiamina), que fixa esses pigmentos. “São substâncias com potencial irritativo e que costumam ser encontradas na fórmula das colorações comuns”, fala Bruno Oliver. “Se você desconfia que tem alergia a algum componente químico, procure um dermatologista, que fará o encaminhamento para descobrir o que deve ser evitado na hora de mudar a cor dos fios”, recomenda o cabeleireiro.
Coloração vegetal
Como o nome diz, emprega apenas componentes de origem vegetal para colorir os fios e é livre de substâncias químicas como água oxigenada, amônia e PPD. Não degradam a cutícula nem a melanina do cabelo, além de preservar a saúde do couro cabeludo. Em ascensão na Europa, esse tipo é ainda pouco comum por aqui – a principal referência é a LCS, criada por Cris Dios, 100% natural, vegana (livre de produtos de origem animal) e orgânica (com matérias primas certificadas, livres de agrotóxicos). “O produto age apenas externamente, colorindo as cutículas de forma permanente, como se fizesse uma ‘capa’ em volta do cabelo”, explica a cosmetóloga. Cobre os brancos, não desbota com as lavagens e a indicação vai além das pessoas que apostam na beleza natural – é recomendada também para quem não pode ter contato com produtos químico, seja por motivo de saúde ou gestação.
Henna
“A natural permite apenas a obtenção de tons avermelhados. Mas, para se conseguir outras cores, corantes como o PPD são adicionados, o que torna o produto uma coloração permanente”, esclarece Sonia Corazza, engenheira química especializada em cosmetologia e consultora da Goldwell, marca de cuidados capilares. Age por depositação, não modificando a estrutura do fio, e cobre cabelos brancos. Pode desbotar com as lavagens. A henna natural é vegana e pode ser orgânica, de acordo com o método de cultivo da planta que dá origem ao corante, a Lawsonia.