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Suplementação endovenosa: o que é e onde fazer no Brasil

O burburinho começou em 2017 durante o festival Coachella, que acontece todo ano em Indio, na Califórnia: influencers do mundo todo compartilharam fotos tomando um suspeito soro na veia. Não é de se admirar a reação dos internautas, que, no primeiro momento, acharam que a mais nova moda era lançar mão de doses de glicose para reverter os efeitos dos drinks em excesso. Nada disso, as agulhinhas em questão faziam parte de uma espécie de clínica pop-up de Drip Room ou Vitamin Bar, locais que oferecem cardápios com doses combinadas de vitaminas e suplementações para clientes que possuem prescrição médica ou apenas acreditam que precisam. Tudo isso aplicado diretamente na veia, moda que ascendeu nos Estados Unidos há dois anos.

Claro, não ia demorar para a “tendência” bater aqui. Ao contrário do que ocorre por lá, entretanto, no Brasil é preciso realizar diversos exames laboratoriais, de imagem e físicos e ter a prescrição de um médico nutrólogo. Antes de se submeter ao procedimento, serão indicados quais vitaminas, aminoácidos e minerais faltam em seu organismo e, então, criado um protocolo de aplicação desse soro. “Isso faz com que a nossa suplementação seja personalizada e tenha efeito mais rápido”, explica Bruno Takatsu, médico nutrólogo da Horaios Estética, que fica em São Paulo.

As possibilidades de tratamento são variadas: desde melhora na performance física, no sono ou no estresse, até diversas formas de medicina estética, como redução de peso, de flacidez do corpo, inibição de fome e estímulo de colágeno. “A suplementação endovenosa é supereficaz, porque o corpo consegue absorver 100% dos nutrientes. Diferente da via oral, que depende muito do nível de absorção de cada organismo, do funcionamento do intestino e do metabolismo”, diz Esthela Conde, médica nutróloga. Outra vantagem da suplementação endovenosa é que os nutrientes podem ser usados em maior quantidade. “Dependendo da dose via oral, o corpo pode ter algum tipo de reação, desenvolver gastrite. A endovenosa preserva o trato gástrico”, afirma a doutora.

As contraindicações para realizar esse tratamento são poucas: mulheres grávidas e pessoas com deficiência cardíaca e renal. “É preciso ter a necessidade desse tratamento comprovada por um médico”, conta Bruno. Já Esthela reforça que, assim como o soro é personalizado, as contraindicações também são: “Pode ser que alguma substância isolada possa dar efeitos diferentes em certos pacientes”. Mas ela garante que esses casos são raros.

Ainda assim, a prática não é uma unanimidade entre profissionais da área de saúde. Mariela Silva, que atende na clínica Kurotel, afirma que, apesar de a suplementação ser importante, a aplicação endovenosa deve ser deixada para casos estritamente necessários, como pessoas que possuem dificuldade de deglutição. “A via oral é segura e efetiva em um ambiente que não seja hospitalar”, explica. “A endovenosa é válida e importante quando bem indicada, mas não se faz necessária quando a pessoa tem uma saúde adequada”, diz a doutora.

A médica endócrino Ana Júlia Garcia ainda alerta para o perigo de uma superdosagem: “Às vezes o paciente acaba se intoxicando, tendo falha nos rins e no fígado”. Para ela, a alimentação segue como a melhor suplementação de qualquer tipo de deficiência: “Dá para manter uma boa saúde apenas com uma dieta balanceada”. Ela afirma que em casos isolados, como quem sofre com a síndrome do intestino curto e tem dificuldade de absorção, a suplementação feita nas veias é a mais indicada.

Ou seja, antes de procurar pelo procedimento, é preciso consultar um médico de confiança. Se for indicada, a suplementação endovenosa costuma ser feita semanalmente ou a cada 15 dias, dependendo do protocolo. O comum é que o tratamento dure de um a dois meses, mas pode se estender dependendo do caso. O tempo de aplicação de cada dose é de 20 a 30 minutos e o orçamento é feito pelo preço da dose, que gira em torno de 300 a 800 reais.

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