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Surto de toxoplasmose em São Paulo: o que é, sintomas e como tratar

São Paulo registrou 45 casos de toxoplasmose em bairros de diferentes regiões do município em três surtos – quando há mais de dois casos da doença – desde março, segundo a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). A constatação ocorreu após denúncias na ouvidoria.

De acordo com a Covisa, as ocorrências passaram a ser monitoradas a partir de março deste ano após a coordenadoria e o Centro de Vigilância Epidemiológica recomendarem a notificação de casos agudos da doença.

O objetivo, segundo eles, era conhecer a dimensão das ocorrências e investigar possíveis fontes e situações de risco. “A toxoplasmose não é uma doença de notificação compulsória, a não ser em casos em gestantes e toxoplasmose congênita”, explicam.

“Estão sendo investigadas fontes alimentares/situações de risco destes locais, assim como fornecedores de alimentos em comum. As apurações epidemiológica, sanitária, ambiental e laboratorial dos estabelecimentos estão em andamento”, diz nota divulgada pela Covisa. A Vigilância, no entanto, não informou o nome dos estabelecimentos monitorados porque “norma não permite divulgação”.

Um bar em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, também foi alvo de vistoria da Covisa na última terça-feira (7). Clientes do local relataram ter contraído a doença após comerem no estabelecimento.

A coordenadoria coletou amostras de alimentos e de água do restaurante e encaminhou ao Laboratório de Controle de Qualidade em Saúde para análise. Os resultados ainda não estão disponíveis.

O que é a toxoplasmose?
De acordo com o Ministério da Saúde, a toxoplasmose é uma infecção causada pelo protozoário “Toxoplasma gondii”, encontrado nas fezes de gatos e outros felinos e que pode se hospedar em humanos e outros animais. É uma das zoonoses (doenças transmitidas por animais) mais comuns em todo o mundo.

Os humanos podem contrair a doença ao ingerir água ou alimentos contaminados. Os casos agudos, porém, são, geralmente, limitados e com baixas incidências.

A fase aguda da infecção tem cura, mas o parasita persiste por toda a vida da pessoa, podendo se manifestar ou não em outros momentos com diferentes sintomas. Já em caso de infecção crônica, a taxa de incidência é baixa até os cinco anos de idade e começa a aumentar a partir dos 20 anos.

Como a toxoplasmose é transmitida?
Há duas formas possíveis de transmissão de toxoplasmose ainda segundo o Ministério da Saúde:

Via oral: com a ingestão de alimentos e água contaminados ou a ingestão de carne crua infectada, principalmente de porco e carneiro;
Congênita: com a transmissão ocorrendo de mãe para filho durante a gestação. Além disso, são casos mais raros a transmissão por inalação de aerossóis contaminados, inoculação acidental, transfusão sanguínea e transplante de órgãos.

É importante ressaltar que o contato com gatos não causa a doença. Deve-se ficar atento ao contato com as fezes contaminadas do felino, ao consumo de água contaminada e de alimentos mal lavados ou mal cozidos.

Quais são os sintomas da toxoplasmose?
Os sintomas de toxoplasmose são variáveis de acordo com o estágio da infecção – agudo ou crônico. Os sintomas, geralmente, são leves, similares à gripe, dengue e podem incluir dores musculares e alterações nos gânglios linfáticos.

Pessoas com baixa imunidade podem apresentar sintomas mais graves, incluindo febre, dor de cabeça, confusão mental, falta de coordenação e convulsões.

Já mulheres que foram infectadas durante a gestação podem sofrer aborto espontâneo ou nascimento da criança com icterícia (presença de uma cor amarelada na pele, nas membranas mucosas ou nos olhos), macrocefalia (desenvolvimento do crânio superior ao estimado), microcefalia (desenvolvimento do crânio inferior ao estimado) e crises convulsivas.

Aos recém-nascidos, é importante se atentar que 85% dos casos não apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento. Entretanto, essas crianças podem indicar alterações como restrição do crescimento intrauterino, prematuridade, anormalidades visuais e neurológicas.

Sequelas tardias são mais frequentes na toxoplasmose congênita não tratada. De acordo com o Ministério da Saúde, há casos relatados de surgimento de sequelas da doença, não diagnosticadas previamente, ocorrendo apenas na adolescência ou na idade adulta.

Como tratar a toxoplasmose?
É recomendado que pacientes com problemas de imunidade baixa, em especial portadores do vírus HIV, mulheres grávidas ou que planejam uma gravidez, procurem um médico para realizar os exames necessários e receber o acompanhamento especializado.

Já em caso de toxoplasmose em pessoas com boa imunidade, pelo fato da doença evoluir sem sequelas, não se recomenda tratamento específico, apenas para combater os sintomas.

O tratamento e acompanhamento da doença estão disponíveis, de forma integral e gratuita, pelo Sistema Único de Saúde. Em caso de gravidez, é importante o acompanhamento no pré-natal e o cumprimento das orientações passadas pelos médicos.

A toxoplasmose possui cura quando o tratamento é feito da forma correta. Entretanto, algumas pessoas que foram tratadas para doença podem obtê-la novamente. Dessa forma, é essencial que se inclua na rotina maneiras de prevenir a toxoplasmose.

Cuidados com o seu gato
Cuidados são necessários para manter o seu gato saudável e evitar a contaminação da doença. Para isso, mantenha o seu felino dentro de casa e alimente-o com comida de gato seca ou enlatada. Não ofereça carne crua pois elas podem estar infectadas com parasitas.

Além disso, assegure-se de que a caixa de areia seja trocada diariamente. O parasita toxoplasma não se torna infeccioso entre 1 a 5 dias depois de ser eliminado nas fezes de um gato.

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