Moda

Delfina Delettrez cria joias lúdicas e se inspira no nascimento dos filhos gêmeos

Há algo de novo no clã Fendi, o matriarcado mais poderoso da moda italiana: Dardo e Tazio, dois lindos rapazinhos. São os gêmeos de oito meses de Delfina Delettrez, filha de Silvia Fendi, que responde pelo design de acessórios da grife (o das roupas, você sabe, cabe há mais de 50 anos a Karl Lagerfeld). Foi inevitável que a chegada dos bebês em dose dupla tenha influenciado as criações de Delfina, uma das joalheiras mais incensadas – e copiadas – da atualidade.

(Foto: Divulgação)

Trata-se da coleção Two In One, que, como o nome diz, brinca com o conceito de dois em um. São colares tratados como brincos, brincos que parecem anéis, anéis que se penduram na orelha e também podem virar colares. O estonteante exercício de versatilidade ao quadrado surgiu na gestação, durante a qual Delfina conta que não parou de produzir um segundo. “É uma metáfora da mãe que se desdobra – e se faz em dobro – com gêmeos”, diverte-se ela. “Mas, olha, eu não tenho do que reclamar; eles não dão trabalho nenhum. Um cuida do outro, e eu consegui até dormir direito.”

A coleção Two In One, de Delfina Delettrez, que brinca com o conceito dois em um (Foto: Divulgação)

Desconfio de que toda essa paz tenha a ver com outra joia criada pela designer: um brinco de ouro com pendente de pérola que vira tampão de ouvido, como aqueles de avião. Na seara lúdica, surgiu também um par de brincos em formato de varinha de bolhinhas de sabão, da coleção Zip Code, fechado com uma pérola como um zíper. E a embalagem é uma graça, vem até com um frasco de sabão líquido.

Brincadeiras à parte, Delfina evoca em outra linha da coleção a mulher empoderada, sexy e transgressora que existe por trás da maternidade. Seus clássicos, como os anéis e brincos em formato de boca de rubelita e olho mágico, ganharam piercings de diamantes. “Quis usar o diamante de um jeito mais punk e rebelde”, explica ela.

Entre uma peça e outra apresentadas em seu apartamento parisiense, conferimos as mais recentes fotos dos gêmeos. Também mãe de Ema, de 11 anos, Delfina lembra que sua diferença de idade para a irmã caçula, Leonetta, é igual. “De repente, quando cresce, aquela bebê vira sua melhor amiga, e espero que minha filha tenha essa mesma experiência com os irmãozinhos.” E, num suspiro, diz que ser mãe novamente uma década depois é uma jornada completamente diferente. “Rola menos insegurança, mas também mais medo. Porque agora você sabe o que está fazendo, uma responsabilidade de que eu não me dava exatamente conta quando tinha 19 anos.”

Ela também se recorda de sua própria infância, em que passava férias no Rio com a mãe e as tias. “É o lugar mais elétrico que existe. E também o que me evoca uma grande introspecção. Ali eu me sentia livre, brincando na natureza, num belíssimo contraste com a vida que tínhamos em Roma, cheia de regras”, diz ela. “Íamos sempre a Búzios, que só tinha três casinhas e um restaurante. No Ano-novo à beira-mar fazíamos todos os rituais para Iemanjá.”

O pai dos gêmeos, o músico e artista plástico Nico Vascellari, é também um apaixonado pelo Brasil. Na banda Ninos du Brasil, ele canta num idioma imaginário que soa como o português ao som de batucada e batidas eletrônicas. “Ele sempre se sentiu meio brasileiro, e olha que nunca tinha pisado no Brasil até o ano passado, quando fez um show no Rio. Tinha mesmo que encontrar uma italiana carioca”, diverte-se Delfina, num humor de romana de Ipanema. “Não fui com ele na viagem porque estava supergrávida, mas meu plano é, claro, levar meus rapazes para a cidade que eu também considero minha.”

No último desfile masculino da Fendi, em junho, Nico foi convidado pela sogra a transgredir as logos históricas da marca com anagramas. Assim, Fendi virou “Fiend” e Roma, “Amor”, em detalhes das roupas e das bolsas. Nessa famiglia muito unida, a diversão é sempre garantida.

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