Alguns anos atrás, quando o rosa millennial dominava o mundo das passarelas às paredes de apartamentos, ele chegou a ser descrito pela revista “The Cut” como “a não cor que não se compromete”. Porém, conforme turbulências no cenário político global passaram a exigir posicionamentos –tanto no âmbito privado, quanto no público–, a tonalidade foi perdendo sentido. O espaço vago, agora, está sendo ocupado pelo Hyper Blue, cujos adjetivos passam por energia, convicção e produtividade.
Segundo a revista “Architectural Digest”, o azul também reflete este momento em que a performance profissional está muito valorizada. “Trabalhar sob uma iluminação azulada ajuda na acuidade mental, vitalidade e estado de alerta, enquanto reduz a fadiga e a sonolência no período diurno”, diz um artigo publicado na Escola de Administração Kenan-Flagler, da Universidade da Carolina do Norte.
Leslie Harrington, diretora-executiva da Color Association of the United States, observou o ganho de popularidade da cor nos últimos tempos. “De automóveis à aparelhos elétricos, todos estão apostando na febre do azul”, conta ela. “E quem não apostar, estará perdendo muito”. A previsão é que a tonalidade ganhe ainda mais força até, pelo menos, o ano de 2021.
Há, ainda, outra razão para a popularidade do azul em relação às outras cores. A teoria ecológica de Valença diz que as pessoas tendem a preferir cores que as remetem a coisas boas. “Elas gostam dos azuis porque gostam de coisas que são azuis, como céu limpo, lagos, oceanos, safiras, etc”, explica Stephen E. Palmer, professor da escola de psicologia da Universidade da Califórnia.