Beleza

Modelo viraliza ao mostrar a trajetória do cabelo com a tricotilomania; entenda a condição

Isabela Reda acumula mais de 6 milhões de curtidas em sua conta no TikTok. A modelo viralizou na rede social ao compartilhar a sua luta contra a tricotilomania e chamou atenção dos seguidores por falar sobre o assunto abertamente. Ao dividir com os internautas a própria evolução para superar a condição, ela também tem sido uma inspiração para outras pessoas que passam ou passaram pelo mesmo que ela.

Os primeiros sintomas começaram após ouvir um relato da mãe: “Quando ela era pequena, tinha mania de tirar alguns fios que tinham textura diferente [no cabelo], que eram mais grossinhos. Ela só comentou isso pra mim, eu deveria ter uns 13, 14 anos”, lembra Isabela em entrevista à Glamour. A partir de então, ela começou a reparar que também tinha alguns fios de cabelo com textura diferente e passou a arrancá-los.

O hábito de puxar os fios de cabelo tem nome; é chamado de tricotilomania. “A tricotilomania é o impulso, que a gente chama de irresistível, apaixonante, de arrancar os pelos do corpo, não só os cabelos. Geralmente acontece mais em mulheres e tem um fator emocional muito forte envolvido. Não é uma tendência genética, mas sempre tem um gatilho emocional, ansiedade ou estresse pós-traumático”, explica Luciana Passoni, médica dermatologista especialista em cabelos e transplante capilar e CEO da Passoni Clinic

Isabela conta que sempre foi uma criança ansiosa, por isso, costumava roer as unhas para se acalmar. O hábito foi trocado pela tricotilomania depois que ela se viu impedida de colocar os dedos na boca após colocar um aparelho odontológico nos dentes. A TikToker conseguiu parar de arrancar os cabelos aos 24 anos, em 2021.

“Eu decidi parar várias vezes, eu tentava parar sozinha, mas não conseguia. Quando eu via, minha mão já estava na cabeça, eu não tinha controle, era muito involuntário. Foi uma psicóloga que me ajudou a parar”, conta Isabela.

O comportamento repetitivo pode causar falhas em diferentes regiões do corpo, como cílios, sobrancelhas e o próprio couro cabeludo. No caso de Isa, ela costumava arrancar os fios na parte traseira da cabeça, o que fez com que o cabelo crescesse de forma desigual após a superação da condição. Ela confessa que a questão da autoestima não a afetava, já que as falhas não eram aparentes.

A dermatologista Luciana Passoni explica que o tratamento deve ser feito em conjunto com a psicoterapia, onde são incluídos também medicamentos tópicos. “Uma terapia muito utilizada atualmente é usar um dermaroller toda vez que vier o gatilho de arrancar o cabelo. Então, ao invés de arrancar o cabelo, você vai lá e passa o dermaroller no couro cabeludo, estimulando a desinflamação do folículo piloso e o nascimento de novos fios”, detalha a médica.

Luciana ainda alerta que não há cura para a tricotilomania, por se tratar de um transtorno de comportamento, é preciso um acompanhamento constante, mas há tratamento e a recuperação total dos fios é muito possível.

Isabela analisa sua presença nas redes sociais com alegria, já que acredita que ao compartilhar sua história, ajudou mais outras pessoas que a si mesma. “Já recebi muitas mensagens de gente falando que, por causa dos meus vídeos, parou de arrancar o cabelo também”, finaliza a modelo.

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