Com a paralisação dos roteiristas e dos atores norte-americanos por conta das movimentações de greve dos sindicatos especializados em Hollywood, especialistas do mercado de cirurgia plástica ouvidos por publicação internacional apontam alta na demanda por cirurgias e tratamentos especializados em Los Angeles.
Segundo reportagem da publicação Allure, a paralisação “abraça, em sua maioria profissionais das áreas de atuação e roteiristas em busca de pagamentos justos e garantias trabalhistas (…) mas nomes do alto-escalão, tal pausa abre oportunidade perfeita para um procedimento rápido para que pareçam mais ‘descansados’ quando as câmeras voltarem a rodar”.
Entre os ouvidos pelo título, Dra. Catherine Chang, cirurgiã-plástica de Los Angeles, atesta o movimento. De acordo com relato, ela teria notado a maior demanda a partir de maio, na mesma época do início da greve dos roteiristas. “Tem sido um pouco complicado, mas estamos tentando encaixar o máximo de pessoas possível. Nós entendemos que, geralmente, atores e nomes de Hollywood não contam com essa oportunidade de tempo em pausa e estão utilizando este período para se dedicar a escolhas pessoais de seus interesses”, afirma.
Ainda de acordo com a publicação, os procedimentos mais buscados são liftings faciais, de pálpebras e de sobrancelhas, já que exigem tempos de recuperação maiores enquanto seus efeitos são visíveis (diferente de procedimentos corporais, que podem ser disfarçados após período inicial de repouso, segundo a especialista).
Outro médico ouvido pela reportagem, Dr. Ben Talei, cirurgião-plástico especialista em procedimentos faciais de Beverly Hills, diz que a demanda em seu escritório é similar ao período de lockdown da pandemia do coronavírus. “É como recebemos durante a Covid-19, quando tínhamos muitas ligações e as pessoas chegavam a aguardar por uma ou duas semanas para se certificarem de que haveria uma movimentação [para slot disponível] (…) Agora, muitos nomes sejam do alto escalão ou de projeção menor estão tentando agendar procedimentos, alguns até ligando na sexta-feira ou no sábado”, quando ele geralmente não trabalha.
“Os atores começaram a me ligar assim que a greve dos roteiristas começou porque sabiam que levariam um tempo à frente, então queriam garantir suas consultas imediatamente. Eu cheguei a ter depósitos iniciais para cirurgias e datas agendadas caso a situação se estendesse.” De acordo com Dr. Talei, o aumento em atendimentos notado em seu consultório foi de 30% desde o início da paralisação.