Moda

Sauer celebra o prazer e a libido em joias que homenageiam todas as formas de amor

A sexualidade permeia toda a arte. Em qualquer museu, você esbarra com o tema, das esculturas de [Gian Lorenzo] Bernini às obras de Tunga. Cada cultura tem a sua maneira de enxergar o erotismo e os seus limites. Eu quis homenagear o corpo feminino, sem pudor e sem censura”, conta Stephanie Schultz-Wenk, diretora criativa da Sauer (como acaba de ser rebatizada a Amsterdam Sauer), sobre a nova coleção da joalheria carioca, a Erótica. Desde que assumiu a área na grife, há cinco anos, Stephanie vem apostando em criações bem-humoradas e chamando a atenção de uma nova geração de consumidoras ao fugir dos padrões e amarras da joalheria tradicional. Na Erótica, que será lançada este mês, ela celebra o prazer e a libido com joias que exploram referências do Kama Sutra ao Shibari – passando por um poderoso colar com pedras coloridas formando um arco-íris, em uma homenagema todas as formas de amor.

Mãe de Félix, de cinco meses, a designer carioca está mais do que nunca interessada pelo tema. “Primeiro você faz uma pessoa dentro de você, depois os seus seios alimentam essa pessoa. Gerar um filho é entender o poder do nosso próprio corpo, é uma experiência life changing.” A maturidade pessoal e a convivência com uma equipe formada majoritariamente por mulheres (elas representam 65% dos funcionários da Sauer) também se refletem na nova coleção. “Somos mulheres criando para mulheres.”

Não surpreende que as atrizes e performers Mata Hari, Theda Bara e Dita Von Tesse tenham sido suas maiores inspirações, com direto a peça-homenagem: brincos de franjas de seda que lembram um nipple tassel. Da técnica Shibari vieram os fios de ouro que envolvem brincos e anéis de titânio, matéria-prima que aparece pela primeira vez em uma coleção da Sauer. Já as pérolas viraram seios apoiados sob mãos de ouro, que surgem em braceletes e anéis. “A joia figurativa é uma proposta que trago desde a primeira coleção que assinei, gosto da ideia da continuidade, de elementos que reaparecem com novas interpretações.”

Olhar para o futuro, sem desvalorizar o passado, faz parte dos planos de Stephanie e dos irmãos Gabriel e Rafael Sauer, a terceira geração da família à frente da marca – Gabriel e Rafael são netos do fundador Jules Sauer e atuam como diretores. Já Stephanie é enteada de Daniel, pai dos dois. Depois de injetar frescor na grife, o trio a rebatiza agora apenas de Sauer, deixando para trás o Amsterdam, em uma volta às raízes. “Quando Jules Sauer fundou a marca, ela levava só seu sobrenome, o Amsterdam veio anos depois. Estamos nos reaproximando das origens em um momento em que queremos ampliar a nossa presença no mercado internacional”, conta Stephanie. Para 2019, o trio prepara também uma nova identidade visual para a marca e suas lojas, que ganharão projeto assinado por Aldo Urbinati, do Estúdio Tupi (o mesmo responsável pela reforma da NK Store). Tudo ao seu tempo e desenhado coma mesma precisão com que se constrói uma joia.

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